Com o sabonete humedecido escreve no espelho.
Desculpa Luís. Não fui capaz.
Amo-te !
Cambaleante, tira a última peça de roupa e enfia-se dentro de água.
Fecha os olhos. Imagina Deus á sua espera no último degrau de qualquer coisa para lá da imensidão do azul.
"Até quanto terei de contar para lá chegar?"
Deixa-se escorregar, as pernas dobradas, até ficar com a cabeça submersa. O sono descia com ele ao mesmo tempo que contava.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze...
As suas últimas palavras são líquidas e vão para a mãe:
" O meu amor por ti causou-me um dano irremediável. O meu coração lembra-se da água com que me agasalhas-te do balançar do teu corpo. Poderia ter dormido para sempre dentro de ti."
Dizendo isto, adormece no sono mais profundo. Finalmente está livre de qualquer atentado...
In: “Os Sinais do Medo”; Ana Zanatti)
Desculpa Luís. Não fui capaz.
Amo-te !
Cambaleante, tira a última peça de roupa e enfia-se dentro de água.
Fecha os olhos. Imagina Deus á sua espera no último degrau de qualquer coisa para lá da imensidão do azul.
"Até quanto terei de contar para lá chegar?"
Deixa-se escorregar, as pernas dobradas, até ficar com a cabeça submersa. O sono descia com ele ao mesmo tempo que contava.
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze...
As suas últimas palavras são líquidas e vão para a mãe:
" O meu amor por ti causou-me um dano irremediável. O meu coração lembra-se da água com que me agasalhas-te do balançar do teu corpo. Poderia ter dormido para sempre dentro de ti."
Dizendo isto, adormece no sono mais profundo. Finalmente está livre de qualquer atentado...
In: “Os Sinais do Medo”; Ana Zanatti)
2 Comments:
o que nos faz a dor...
Este texto soa-me tão familiar...sabes, ao ler todo este blog, fico sem palavras para o comentar...apenas te posso deixar a minha maneira de ver a vida.Até à presente data, a vida já me tirou muita coisa, e eu com muito sacrificio fui-me levantando e reconkistando tudo o que perdi...mas apesar de tentar, não consegui reconkistar uma coisa: Afectos...a minha parte dos afectos.
Durante algum tempo, pensei: "Eu não vou admitir que esta vida me prive de nada e vou passar a dizer a todas as pessoas que eu amo...que as amo, que as adoro e que são muito importantes para mim." Mas hoje simplesmente já não o faço...sinto que arrefeci...n sei muito bem explicar-te o que se passou dentro de mim, mas quando li este blog todo...
Preferia ler aqui textos eufóricos...alegres...que descrevesses sentimentos que nos enchem a alma...mas em vez disso encontro um "blog depressivo"...n te ofendas por dizer isto...
Vão-se passar secalhar alguns meses sem eu voltar aki...mas só espero que quando aqui entrar novamente encontre um pouco mais de alegria...
Odeio...odeio, quando trancas dentro de ti, tu ou alguém, sentimentos que deveriam ser ditos...magoem ou não magoem por favor di-los...
Admiro-te...mas por vezes "decepcionas-me", no que diz respeito à falta de frontalidade...gostava tanto que por vezes enchesses o peito de ar e desses um murro na mesa e dissesses TUDO o que anda aí entalado...
Eu n sou o melhor exemplo, nem dou os melhores conselhos...mas...
Fica bem...vou sentir mts saudades...e por favor be happy!
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