Thursday, March 05, 2009

A um velho desconhecido...

Vejo aquele homem imóvel, sentado numa cadeira, olhando a Vida a acontecer num lento decurso, por entre os limites daquela porta aberta.
O seu rosto inexpressivo parece esculpido pelo Tempo e a velhice já lhe vincou as rugas, como uma marca da sua frágil finitude.
Espreita a vida como quem espera e espera como quem sabe que nada tem a esperar…
Os seus gestos são de uma lentidão mecanizada, parecem carregar sobre si a idade, como se este peso lhes travasse a objectividade, impedindo-os de atingirem o fim.
Nos seus olhos não há vida e o seu corpo já esquecido do seu sentido, parece envelhecer a cada dia, a cada hora, a cada minuto como personificando o envelhecimento.
Que espera? Que pensa? Que vê?
Os dias são uma sucessão do mesmo estado. E ali permanece indiferente ao passar dos dias, ausente da vida, talvez indiferente de si próprio.
… talvez um dia a porta se feche... talvez em breve… ou talvez o Tempo o obrigue a definhar até exalar toda a sua Vida.
Quem foste? Que fizeste? Que sentes?

1 Comments:

Blogger Justified said...

Gostei mto! :)

March 21, 2009 12:00 AM  

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