Thursday, September 21, 2006

À janela...

na janela, em cujo parapeito me sento olho o horizonte, observo a fina linha em que tudo se converte, percorro os caminhos do nada, viajo por um espaço onde habita a solidão e a saudade reina...
...nada se move à minha volta... o vento não sopra, as nuvens não seguem o seu caminho, nada se mexe... só o tempo calcorreia os seus trilhos incólume e impiedoso...só o silêncio se faz ouvir nos seus murmúrios inquietos...
cigarros acendem-se uns aos outros, consumindo-se no cinzeiro, libertando uma fina lamina de branco veludo que se desprende lentamente rumo ao vazio...
seguro nas mão pedacinhos de alguém, manchas de tinta em papel esculpidas, palavras que não leio...
...de fundo, um piano e violino abraçam-se chorando um “Nocturno” nostálgico que me embala, avivando memórias guardadas, dores mitigadas, sofrimento devoto... passado, presente... alegrias de outrora em recordações transformadas...
...procuro respostas para as perguntas que ainda não fiz... procuro caminhos que me levem a algum lado... espero pelo que nunca chegará... mas nada desponta neste canto em que me encerro... nada...

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

nunca...é muito tempo...não achas?
Não desistas de acreditar!

(escreves sempre de uma brilhante forma! Obrigado por estes breves momentos de prazer!)

September 21, 2006 9:54 PM  
Anonymous Anonymous said...

És um doce de sonho, obrigado pelo teu comentario. :)

September 27, 2006 9:30 PM  

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