Just words...

Olho por uma janela aberta sobre o azul do mar,
Respiro a maresia trazida pelo vento em suave melodia.
Ao longe, gaivotas bailam num frenético rodopio entoando cânticos estridentes .
Perscruto nas ondas as palavras que me faltam nos pensamentos,
Palavras que parecem esconder sob a fina espuma prata com que delicadamente cobrem o branco areal.
Ao fundo, uma pálido sol hesita entre deitar-se e ficar mais um pouco dourando o horizonte.
Um céu carmim, ofusca-se lentamente enquanto a noite acorda de mansinho.
E na primeira estrela envergonhada, que anuncia o firmamento, deixo um desejo, um augúrio de boa sorte.
Embalo-me na solidão consciente que dedilha a minha mente, deixo-me ir ao sabor da corrente... afasto-me progressivamente do sitio de onde nunca saí... E a noite abre por fim o seu negro manto de veludo delicado... regresso ao ponto de partida, fecho a janela aberta sobre o azul do mar... o hoje chega ao fim, e amanha será mais um dia....