O cansaço apodera-se de mim... silenciosamente espalha-se como um cancro que me consome a alma com deleite...
O vazio invade-me... ocupando todos os cantos do meu Ser não deixando espaço a mais nada...
O silêncio grita alucinações torturantes, delírios enraivecidos em dor transformados...
As areias do tempo esvaem-se cruelmente por entre os dedos, anacronizam o presente, tornam inúteis a contagem dos dias...
A solidão distorce a realidade, mistura a ilusão, a verdade não se distingue da mentira, o errado absorve o certo... nada é o que parece e o que parece nem sempre o é...
A saudade troça mordazmente dos sentimentos... torna as recordações numa bruma assombrosa que atormenta a noite numa treva densa e pantanosa e obscurece o dia numa cinza gélida, asfixiante...
A dor já não se sente pois tornou-se una com o corpo em derrelicção deixado...
A vida perde o seu sentido original... não existe futuro...não existe presente...o futuro é o hoje, o presente o agora... mas o passado espera sempre mais adiante...
(...preciso de férias de mim...)