suspended...

Há momentos em que me sinto como que suspenso no infinito por uma velha corda que se esfiapa lentamente na inércia do tempo... não que me assuste a altura, e talvez nem tão pouco me assuste a queda, mas angustia-me a espera pela certeza do momento...
O inevitável acontece, alheio à minha vontade e o controlo do destino ñ me pertence...
E nesta mortificação lenta a única certeza que me deixam é que pendurado não fico, ainda que venha a sobreviver à queda...

only a teardrop...

As vezes gostava de sentir brotar aquele frágil liquido salino... sentir a sua carícia morna descendo suavemente pelo rosto... poder fechar os olhos e por momentos sentir-me humano, sentir-me vivo... apaziguar a alma apenas...

Uma lágrima
             por aquilo que sou...
Uma lágrima
             por aquilo que queria ser...
Uma lágrima
             por aquilo que jamais conseguirei ser...
Uma lágrima
             por aquilo que desejaria ter...
Uma lágrima
             por aquilo que nunca me pertencerá...

... mas não... já há muito me foi retirada a benção do choro...