Friday, January 19, 2007

Insomnia

Porque é nas longas horas de insónia que eu te sinto e te vejo...
Porque é nas longas horas de insónia que em ilusão, chamas por mim...
Porque é nas longas horas de insónia que me sussurras ao ouvido aquelas palavras de Amor...
Porque é nas longas horas de insónia que me tocas no rosto e me abraças, que me olhas nos olhos com paixão e me beijas com ardência...
Porque é nas longas horas de insónia que a loucura me arrasta e a insanidade me deseja...
...
Hoje obrigar-me-ei a dormir...

Thursday, January 18, 2007

Vagueando...

Caminho por entre a multidão, rostos estranhos sem nome, almas sem sentido... desconhecidos...
Vagueio por caminhos solitários, aquelas ruas que outrora marcámos com as nossas passadas... procuro-te em vã loucura, onde sei que já não estás... talvez só para te tentar ver novamente... talvez só para afagar a Saudade mais uma vez... talvez só para ter a certeza que lá não estás...
E na poeira do tempo que tapeta os meus passos deixo pegadas que ninguém segue... um rasto que apago de seguida... e continuo... continuo caminhando sozinho, como sempre ali passei... afinal caminhavas a meu lado, mas não me acompanhavas...

Friday, January 05, 2007

Gostaria de ter alguém à minha espera...

"As pessoas saem do autocarro e espalham-se pela rua. Três horas. "Três horas é sempre tarde ou cedo para aquilo que queremos fazer", li em qualquer lado. É a hora em que fazemos a digestão com o estômago vazio.
Um sol frio arrepia-me até aos ossos. A luz anémica provoca-me dores de cabeça. Uma náusea, diria.
Dirijo-me para casa a passos largos, por um caminho estreito e vazio, como se alguém estivesse à minha espera. Gostaria de ter alguém à minha espera. Aborreço-me pela primeira vez de estar sozinho.
O coração dá-me um baque de contentamento quando avisto a minha pequena moradia: simples, pacata, sumida entre campos. O melhor é o silêncio. Dá-nos noites bem dormidas. No entanto, o meu sono está atrasado. Uma noite bem dormida seria o suficiente para me varrer da cabeça todas as minhas histórias. Já não consigo estar sozinho no meio daquelas vozes alegres, ver personagens a rir, a pensar todos juntos e a reconhecer satisfeitos que são da mesma opinião. Raios os partam!"
[Sónia Bettencourt]